O seu toque em meu rosto fez com que caíssem as máscaras e surgiu em mim alguém que tento esconder.Alguém que existe inevitavelmente dentro de mim.Enfim, você me descobriu!
Eu vou lhe contar que você não me conhece. Eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve.
A sedução me escraviza a você. Ao fim de tudo você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não a mim. E quanto mais falo sobre a verdade inteira um abismo maior nos separa.
Você não tem um nome, eu tenho.
Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou e a mentira da aparência do que você é, porque eu não sou meu nome e você não é ninguém, o jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível de aproximação, através da aceitação da distância e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia, que nos separa.
Eu quero que você me veja à mim. Eu me dispo da notícia, e a minha nudez parada te denuncia e te espelha.
Eu me delato, tu me relatas. Eu nos acuso e confesso por nós. Assim me livro das palavras com as quais você me veste.
( Texto de Fauzi Arap )
Se o próprio Deus é Dúvida, o que dizer de mim!?
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